Lembrei que estamos em guerra. Não diretamente no Brasil, mas no mundo. Engraçado, faz tempo que vi notícias ou comentários espontâneos sobre este tema pavoroso. Mesmo assim, veio uma inquietude sobre o assunto em minhas entranhas.
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Lembrei que estamos em guerra. Não diretamente no Brasil, mas no mundo. Engraçado, faz tempo que vi notícias ou comentários espontâneos sobre este tema pavoroso. Mesmo assim, veio uma inquietude sobre o assunto em minhas entranhas.
Lembrei que estamos em guerra. Não diretamente no Brasil, mas no mundo. Engraçado, faz tempo que vi notícias ou comentários espontâneos sobre este tema pavoroso. Mesmo assim, veio uma inquietude sobre o assunto em minhas entranhas. Ninguém ou quase ninguém falou sobre esse tabu. As notícias que vieram ao meu alcance sem pesquisa, aquelas que se sobressaltam nos navegadores sem que a gente procure, foram todas econômicas. A gasolina subiu, as passagens de avião subiram, possivelmente os legumes e parte do que depende da colheita pode subir também. São aquelas crises das pessoas grandes: as crises econômicas.
No trabalho, comentaram sobre como seriam os negócios na Rússia de agora em diante. Logo no estopim da guerra, havia uma notícia ou outra que pontuava a crueldade do Senhor Maligno que desencadeou todo o conflito. Estava claro a frieza de suas ações, a ganância, a falsa soberania de espírito e acima de tudo: o requinte de crueldade. Porém, esses lapsos de verdades foram ficando escondidos e as cédulas ganharam mais ênfase.
Veio um pensamento imagético muito persistente em meu universo mental, era muito perturbador. Todavia, eu via uma série de agrupamento de pessoas, cada qual com um símbolo na testa: euro, dólar, franco, libra, peso, entre outros. Em um segundo, houve um barulhinho, estalos, fumaça, faíscas, muitas faíscas. Eu corria entre esses agrupamentos, nenhuma pessoa se misturava, estavam em inércia. Olhos e dentes congelados em uma expressão de vazio. Nenhuma delas corria, eu corria desesperadamente entre aquelas barreiras humanas. Por fim, cheguei ao real e nesse momento ao passar a mão em minha testa veio uma mancha de tinta, eu estava junto ao grupo que eu pertencia. Houve um estampido maior, um incêndio gigantesco alcançou todas as pessoas e seus selos e o mais tenebroso de tudo: queimavam feito papel.
Em meio às cinzas, despertei daquele transe mental. Refleti, já dizia o pequeno príncipe com toda a sua delicadeza de alma que para as pessoas grandes a única coisa que importa são os números. Sabe, o que o Senhor da Grandeza e da Carnificina revelou ao mundo? O fato frugal de que todos nós estamos à venda por um mero tostão sanguinário.