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Gerações diferentes, interesses diversos, mas a leitura continua unindo jovens e adultos, cada um com seus gêneros e formatos preferidos
Em uma época marcada pelo excesso de telas, notificações constantes e conteúdos cada vez mais curtos, o mercado editorial vive um fenômeno interessante: o retorno dos livros físicos entre as gerações mais jovens.
Longe de ser uma moda passageira, esse movimento parece traduzir uma busca por experiências mais profundas, silenciosas e sensoriais - algo que as redes sociais e o entretenimento digital não conseguem oferecer na mesma medida.
Por outro lado, leitores mais maduros mantêm suas rotinas de leitura e, muitas vezes, influenciam os mais jovens com suas preferências. A leitura passa, então, a ser também um ponto de encontro entre gerações.
De clássicos a thrillers contemporâneos, de biografias a títulos espirituais, as prateleiras se tornam um reflexo da diversidade de pensamentos, vivências e momentos da vida.
Ao observar quem está dominando as estantes atualmente, é possível notar que a forma de consumir literatura muda, mas o interesse em histórias bem contadas permanece. A seguir, exploramos como cada geração tem moldado as tendências literárias - e por que isso é tão relevante para o mercado e para a cultura como um todo.
Nascidos entre meados de 1995 e 2010, os integrantes da Geração Z cresceram cercados pela tecnologia. São nativos digitais, acostumados a consumir conteúdo de forma instantânea, interativa e fragmentada. Justamente por isso, surpreende que estejam liderando uma nova onda de interesse por livros físicos e bibliotecas.
Segundo reportagem da Veja (2023), essa geração vem se distanciando dos e-books e dos audiobooks, preferindo o cheiro do papel, o toque das páginas e a experiência tátil que só um livro físico pode oferecer. Há quem diga que essa escolha também representa uma forma de resistência ao ritmo acelerado da internet e ao cansaço digital.
Outro fator relevante é a estética. Para a Geração Z, o livro também é um item de identidade visual. Capas chamativas, edições especiais e a organização das estantes viraram conteúdo nas redes sociais. O ato de ler, portanto, não é apenas intelectual - é também cultural, afetivo e visualmente comunicativo.
Essa geração também valoriza temas como saúde mental, diversidade, espiritualidade e pertencimento. Isso explica o sucesso de títulos que abordam jornadas pessoais, reflexão interior e conexão com o invisível.
Os millennials, nascidos entre 1981 e 1995, são uma ponte entre o analógico e o digital. Foram os primeiros a migrar dos livros físicos para os e-readers, mas também os primeiros a sentir falta do ritual da leitura tradicional.
Muitos continuam usando dispositivos como o Kindle, especialmente pela praticidade de carregar vários títulos ao mesmo tempo. Porém, não abandonaram as livrarias. O meio-termo que encontraram reflete bem o equilíbrio que essa geração busca em outras áreas da vida: praticidade sem abrir mão da experiência.
A seguir, exploramos algumas dinâmicas que moldam a leitura entre os millennials.
Mesmo com acesso fácil a PDFs e livros digitais, muitos millennials ainda preferem adquirir edições físicas, especialmente quando o conteúdo tem valor emocional ou estético. Livros de arte, poesia, autoajuda e espiritualidade têm forte presença entre os mais vendidos para esse público.
O valor do objeto em si - como presente, como decoração ou como lembrança - pesa na decisão. Também há um fator nostálgico: crescer com livros físicos e agora poder comprar suas próprias edições cria uma sensação de conquista pessoal.
Instagram, TikTok e YouTube têm desempenhado um papel fundamental na formação de novas tendências de leitura. Booktokers e bookstagrammers ajudam a criar ondas de interesse por determinados títulos ou autores, especialmente entre os millennials mais conectados.
Campanhas bem elaboradas, resenhas emocionadas e listas temáticas ajudam a movimentar o mercado e trazer visibilidade para obras que antes ficariam restritas a nichos. Isso gera uma democratização da leitura e cria conexões culturais importantes entre leitores de diferentes partes do mundo.
A Geração X, nascida entre meados dos anos 1960 e início dos anos 1980, é considerada uma das mais consistentes em hábitos de leitura. Com menos influência das redes sociais e maior valorização da concentração, tende a manter o ritmo estável de consumo literário.
Essa geração cresceu com os clássicos e ainda os valoriza. Autores como Gabriel García Márquez, Clarice Lispector, Machado de Assis e José Saramago figuram entre os preferidos. Mas há também abertura para novas narrativas, principalmente aquelas que dialogam com o amadurecimento, espiritualidade e propósito de vida.
Entre os diversos gêneros literários que conquistam os leitores, os livros espíritas têm se destacado por oferecer um olhar profundo sobre questões espirituais, atraindo tanto os mais jovens quanto os mais experientes. Eles representam uma alternativa para quem busca reflexão, consolo e expansão da consciência - temas que ultrapassam gerações.
Apesar das diferenças de formato, linguagem e temas preferidos, todas as gerações compartilham algo em comum: o desejo de encontrar sentido, conhecer outras realidades e, muitas vezes, se reconhecer nas histórias lidas.
Para os mais jovens, o livro pode ser uma descoberta recente. Para os mais velhos, uma companhia constante. E, para todos, uma ponte entre o que somos e o que podemos ser. As estantes estão mais vivas do que nunca - recheadas de vozes, ideias, memórias e futuros possíveis.
No fim das contas, a leitura segue como um espaço de acolhimento, desafio e liberdade. Por exemplo, os livros espíritas, com sua capacidade de tocar a alma e provocar reflexão, ocupam um lugar de destaque nesse cenário plural e em constante transformação.