O estudo analisa microdados da Pesquisa Nacional de Saúde (2019) e mostra 43,2% com pelo menos um transtorno mental nesse grupo, com chances elevadas para depressão e outros transtornos e comorbidades
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O estudo analisa microdados da Pesquisa Nacional de Saúde (2019) e mostra 43,2% com pelo menos um transtorno mental nesse grupo, com chances elevadas para depressão e outros transtornos e comorbidades

Pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) publicaram um estudo com resultados inéditos intitulado “Prevalence and predictors of depression and other mental health disorders in Brazilian adults with intellectual disabilities: a population-based secondary analysis” que utiliza os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS). Embora o levantamento nacional tenha sido realizado em 2019, esta é a primeira análise dos dados que leva em consideração a saúde mental das pessoas com Deficiência Intelectual. Além disso, o número de respondentes é extremamente significativo.
Entre os 272.499 respondentes da PNS, 1,2% (n=3.198) declararam Deficiência Intelectual. Nesse grupo, 43,2% relataram pelo menos um transtorno mental, ante 13,7% na população sem deficiência. Em adultos de 0 a 59 anos, a Deficiência Intelectual foi cerca de 3 vezes maior para depressão, 12 vezes maior para outros transtornos mentais (transtorno de ansiedade, síndrome do pânico, esquizofrenia, transtorno bipolar, psicose ou transtorno obsessivo-compulsivo) e 14 vezes maior para depressão associada aos outros transtornos mentais. Entre as pessoas idosas, as chances também continuaram altas — cerca de 1,7, 4,3 e 3 vezes maiores, respectivamente.
O delineamento do estudo foi transversal, com base em dados representativos da população residente em domicílios particulares em áreas urbanas e rurais do país. Foram modelados desfechos autorreferidos de depressão e de outros transtornos mentais, isolados ou combinados, por meio de regressão logística com estratificação etária e ajustes sociodemográficos.
O artigo situa os achados no contexto das políticas brasileiras. Reconhece a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) como política de Estado e descreve a existência de barreiras específicas para pessoas com Deficiência Intelectual, incluindo insuficiência de serviços especializados, limitações de acessibilidade, dependência de terceiros para navegar no sistema e lacunas de formação profissional, o que favorece subdiagnóstico e tratamento inadequado. O texto relaciona também desigualdades estruturais de raça, renda e território ao acesso e uso de serviços.
“Os resultados evidenciam uma carga desproporcional de transtornos mentais em pessoas com Deficiência Intelectual. Para além da maior prevalência, observamos combinações de diagnósticos que demandam respostas clínicas e de política pública integradas. É essencial garantir acessibilidade efetiva, qualificar as equipes e financiar adequadamente a atenção psicossocial”, afirma Gabriela Arantes Wagner, autora do estudo publicado, Professora do Departamento de Medicina Preventiva e Orientadora do Programa de Pós Graduação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
O estudo contou com o apoio do Instituto Jô Clemente (IJC), Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos que atua na promoção da saúde, qualidade de vida e inclusão de pessoas com Deficiência Intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Doenças Raras. A parceria entre o IJC e a Unifesp reflete o compromisso com a produção de conhecimento científico voltado para a transformação social.
Além de prestar atendimento direto a milhares de pessoas, o IJC tem expandido sua atuação para o campo da pesquisa e inovação, fortalecendo a base de evidências que orientam políticas públicas e práticas assistenciais mais inclusivas e eficazes.
“Esse levantamento amplia o entendimento sobre a realidade das pessoas com Deficiência Intelectual no Brasil e oferece subsídios concretos para aprimorar políticas e serviços. Ao apoiar estudos como este, o IJC reafirma seu compromisso em transformar dados em ações que garantam direitos e promovam qualidade de vida, fortalecendo a autonomia e a igualdade para todas as pessoas”, afirma Edward Yang, Gerente do Centro de Ensino, Pesquisa e Inovação (CEPI) do Instituto Jô Clemente (IJC).
Principais resultados
Implicações e recomendações destacadas
Informações institucionais
Financiamento: Instituto Jô Clemente (IJC), Intellectual Disability Observatory Project. Disponibilidade de dados: microdados públicos da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019 no repositório oficial.
Artigo completo:https://bmjopen.bmj.com/content/15/10/e104089.info
Contato: [email protected]
Sobre o Instituto Jô Clemente (IJC)
O Instituto Jô Clemente (IJC) é uma Organização da Sociedade Civil sem fins lucrativos que, há 64 anos, promove saúde, qualidade de vida e inclusão para pessoas com Deficiência Intelectual, Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Doenças Raras.
O IJC apoia a Defesa de Direitos das pessoas com deficiência; dissemina conhecimento por meio de pesquisas científicas e inovação; fomenta a Educação Inclusiva e a Inclusão Profissional, além de oferecer assessoria jurídica às famílias das pessoas que atende.
Pioneiro no Teste do Pezinho no Brasil e credenciado pelo Ministério da Saúde como Serviço de Referência em Triagem Neonatal, o laboratório do IJC é o maior do Brasil em número de exames realizados.
O Instituto Jô Clemente (IJC) também é um centro de referência no tratamento de doenças detectadas no Teste do Pezinho, como a Fenilcetonúria, Deficiência de Biotinidase e o Hipotireoidismo Congênito.
Para mais informações, entre em contato pelo telefone (11) 5080-7000 ou visite o site do IJC (ijc.org.br), o primeiro do Brasil 100% acessível e com Linguagem Simples.