Uma inédita adaptação da obra de Lima Barreto para os palcos. Sob a direção de Dani Ornellas e Renato Carrera e com trilha original de Maíra Freitas, a montagem apresenta contundentes críticas sociais apontadas pelo autor 100 anos atrás
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Uma inédita adaptação da obra de Lima Barreto para os palcos. Sob a direção de Dani Ornellas e Renato Carrera e com trilha original de Maíra Freitas, a montagem apresenta contundentes críticas sociais apontadas pelo autor 100 anos atrás
Quando Renato Carrera e Dani Ornellas decidiram oficializar sua companhia de teatro, o nome ainda não havia surgido, tampouco um texto de estreia. Foi quando Lima Barreto (1881-1922), se apresentou, saltando o livro Os Bruzundangas da prateleira de uma livraria para as mãos de Renato, que o leu, se apaixonou e decidiu montá-lo.
Assim começou a história da Bruzun Company, que deu nome à companhia composta por Hugo Germano e Jean Marcell Gatti, e os direcionou ao musical Os Bruzundangas. A comédia satírica dirigida por Dani e Renato estreia dia 30 de maio de 2024 no Centro Cultural Banco do Brasil Brasília.
A peça, uma primeira adaptação da célebre literatura de Lima para o teatro, é uma comédia satírica que bebe da fonte do teatro de revista com números de vedetes. A dramaturgia que apresenta a vida brasileira, no começo da Primeira República, é composta de várias crônicas sobre a temática social brasileira através de um viés político.
Bruzundanga é um país fictício, com o qual o nosso Brasil contemporâneo tem afinidades com seus dilemas sociais, econômicos e culturais. Em cena, os quatro atores cantam, dançam e interpretam aventuras embaladas por canções originais na direção de Maíra de Freitas.
“Este texto endossa uma questão nossa, da nossa língua, nossa brasilidade, nossa realidade e com humor. Lemos o livro inteiro juntos e em voz alta, para entender o que daria pra transformar em dramaturgia. Trabalhamos sempre em cima do ator e da palavra, compreendendo a fala daquela época, realizando uma pesquisa consciente do que falamos em cena”, relata Renato Carrera.
Publicada postumamente em 1922, a obra de Lima privilegia os pobres, os boêmios e os arruinados, assim como a sátira que criticava de maneira sagaz e bem-humorada os vícios e corrupções da sociedade e da política. E este perfil veio ao encontro da demanda da companhia, que busca mostrar Lima Barreto de uma forma que ele não costuma ser mostrado.
“Não vemos uma foto do Lima sorrindo, por exemplo, só se fala que ele era alcoólatra e coisas do tipo, sendo ele é um dos nossos maiores escritores”, discute Dani Ornellas, que recorda: “na minha infância eu passava com meus pais pelo CCBB carioca sem adentrar o espaço, que parecia não ser feito para pessoas como nós, pretos. E, estrear na direção teatral naquele espaço e com esta peça, me fez sentir como um reforço do meu propósito de dar voz aos meus pais e a tantas outras pessoas pretas e indígenas que foram enterradas no entorno desse prédio e nele não puderam entrar. É muito significativo”, pondera Dani Ornellas.
À frente da direção musical, Maíra Freitas traz um colorido à encenação, onde imprime seu ritmo para as palavras de Lima Barreto. “De todas as letras, a única composta por mim é a que abre a montagem. As demais foram tiradas de frases do livro, buscando a rima e a coerência de ideias exprimidas por Lima”, revela Carrera, que escreveu as músicas sendo algumas em parceria com Maíra.
“Quando a gente fala em musical o pensamento vai na Broadway, né? Mas como podemos pensar nisso se a terra primeira, onde nasceu a música, foi a África, território onde, até hoje, as crianças trabalham o movimento corporal desde muito cedo? Então desconstruir a ideia de um musical eurocêntrico e americano, e conseguir fazer a música brasileira ressoar em corpos brasileiros me interessa como musical", complementa Ornellas, que acredita que as canções de Maíra Freitas respaldam esta ideia.
Maíra gosta de fazer a música partindo da letra, “já temos alguma coisa resolvida e vamos ajeitando pra caber na música. A ideia está ali e o desafio é escolher o que vamos sublinhar, onde a melodia fica mais aguda ou mais grave, onde acontece aquele momento que faz as pessoas pensarem. E várias músicas da peça tem isso”, para ela: “música é educação, é o rito mais fácil pra ensinar. Falar simples, pouco, fazendo todo mundo cantar e entender o que você quer”, pontua Maíra, que levou em conta os ritmos da época em sua composição.
A montagem conta com patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, estreou no Rio de Janeiro e seguirá em temporada no Centro Cultural Banco do Brasil Belo Horizonte.
Ficha técnica:
Direção: Renato Carrera e Dani Ornellas | Direção musical e trilha sonora original: Maíra Freitas | Direção de produção: Bruno Mariozz | Elenco: Dani Ornellas, Hugo Germano, Jean Marcell Gatti e Renato Carrera | Cenografia: Daniel de Jesus | Figurino: Tereza Nabuco | Visagismo: Joana Seibel | Iluminação: Daniela Sanchez | Coreografia: Dudu Gomes | Assistente de direção: Pedro Uchoa | Preparação vocal: Carol Futuro | Assessoria de imprensa: Território Comunicação | Programação visual: Daniel de Jesus | Comunicação e marketing: Rafael Prevot | Produção executiva: Walerie Gondim | Assistente de produção: Angélica Lessa | Fotografia: Roberto Carneiro | Produção: Palavra Z Produções Culturais | Idealização: Renato Carrera
Sobre o livro Os Bruzundangas:
O livro “Os Bruzundangas” é um diário de viagem de um brasileiro que morou uns tempos na Bruzundanga, uma jovem República que lutava num ambiente de colapso do modelo escravocrata, deposto em 1889, embora ainda persistisse o predomínio dos grupos ligados à grande lavoura. Um país onde proliferavam elites incultas que dominavam o povo, racismo, pobreza, obsessão por títulos doutorais, literatura cheia de enfeites linguísticos. No capítulo "Um mandachuva" ele traça os contornos de um político anônimo, cujo perfil mantém a sua atualidade decorrido quase um século desde o esboço. O político vem de uma cidadezinha no interior do país, tendo tido sua formação restrita às suas atividades domésticas e profissionais, sem qualquer gosto por pensamentos mais altos como a arte e a cultura, mediocridade, desinteresse, provincianismo e descaso pelas audiências públicas. Alfredo Bosi afirma que a obra não é sobre um lugar fictício, mas sobre o Brasil do começo do século.
Sobre o CCBB Brasília:
O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília foi inaugurado em 12 de outubro de 2000, e está sediado no Edifício Tancredo Neves, uma obra arquitetônica de Oscar Niemeyer, e tem o objetivo de reunir, em um só lugar, todas as formas de arte e criatividade possíveis. Com projeto paisagístico assinado por Alda Rabello Cunha, o CCBB Brasília dispõe de amplos espaços de convivência, bistrô, galerias de artes, sala de cinema, teatro, praça central e jardins, onde são realizados exposições, shows musicais, espetáculos, exibições de filmes e performances. Desde o final de 2022, o CCBB Brasília se tornou o terceiro prédio do Banco do Brasil a receber a certificação ISO 14001, sendo que no ano de 2023, obtivemos a renovação anual da certificação, como reconhecimento do compromisso com a gestão ambiental e a sustentabilidade. A conquista atende à Ação 24 da Agenda 30, que tem por objetivo reforçar a gestão dos programas, iniciativas e práticas ambientais e de ecoeficiência do BB e demonstra o alinhamento do CCBB Brasília a estratégia corporativa do BB, enquanto espaço de difusão cultural que valoriza a diversidade, a acessibilidade, a inclusão e a sustentabilidade porque transformar vidas é parte da nossa cultura.
Serviço:
Os Bruzundangas
Local: Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Endereço: SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Especial Sul
Temporada: de 30 de maio a 23 de junho de 2024
Horários: de quinta-feira a sábado, às 20h e domingo, às 18h
Ingresso: R$ 30 (inteira), e R$ 15 (meia para estudantes, professores, profissionais da saúde, pessoa com deficiência (e acompanhante, quando indispensável para locomoção), adultos maiores de 60 anos e clientes Ourocard), já à venda no site www.bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB Brasília, a partir das 12h de 11 de maio
A liberação dos ingressos ocorrerá toda sexta feira da semana anterior
Capacidade do teatro: 327 lugares (sendo 7 espaços para cadeirantes e 3 assentos para pessoas obesas)
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: não recomendado a menores de 12 anos
Informações: fone: (61) 3108-7600 | e-mail: [email protected] | site/ bb.com.br/cultura | Instagram/ @ccbbbrasilia | YouTube/ Bancodobrasil | TikTok/@ccbbcultura
Assessoria de imprensa: Rodrigo Machado, Território Comunicação; [email protected]; Tel.: (61) 98654.2569
Assessoria de imprensa do CCBB Brasília: Patrícia Gomes Serfaty; [email protected]; Tel.: (61) 3108 7600 / (61) 99557.0703