A condição que afeta mais de cinco milhões de brasileiras tem origem genética e hormonal e o tratamento depende do grau da gravidade podendo envolver até cirurgia
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A condição que afeta mais de cinco milhões de brasileiras tem origem genética e hormonal e o tratamento depende do grau da gravidade podendo envolver até cirurgia
Em meio às crescentes discussões sobre saúde e bem-estar, surge uma condição frequentemente negligenciada, porém impactante na vida de milhares de mulheres no Brasil: o Lipedema. Esta doença crônica manifesta-se pelo acúmulo anormal de gordura nas pernas, coxas, glúteos e braços, afetando aproximadamente 10% da população feminina global. No contexto brasileiro, os números alarmantes indicam que cerca de cinco milhões de mulheres enfrentam os sintomas da doença, segundo dados do Instituto Lipedema Brasil.
Segundo o médico angiologista e cirurgião vascular, Rodolpho Reis, o Lipedema infelizmente atinge quase exclusivamente o sexo feminino, sendo uma condição cujas raízes encontram-se essencialmente em predisposições genéticas. Esta predisposição genética interfere na complexa relação entre o estrogênio, o hormônio feminino, e as células de gordura.
“Uma das principais características do lipedema é o inchaço nos membros inferiores, conferindo ao corpo feminino uma forma de pêra, com cintura mais fina e quadril mais largo. Além do fator genético, esse inchaço tende a aumentar em períodos de mudanças hormonais significativas, como durante a puberdade, o uso de anticoncepcionais e na menopausa. Portanto, é mais comum observar essa questão em adolescentes e mulheres jovens”, descreve.
Como saber a diferença entre lipedema e obesidade?
Apesar de ambas serem doenças crônicas e que ocasiona inchaço nas pernas, Rodolpho Reis ressalta que há diferenças significativas entre elas, como por exemplo, o tratamento. Mas podem estar concomitantes em 50% dos casos devido aos hábitos ruins de alimentação e estilo de vida. Mas importante relatar que a mulher com lipedema em metade dos casos não é uma mulher obesa, podendo gerar frustração em tratamentos para obesidade. Precisam ser conduzidas por profissionais que entendam do Lipedema.
De acordo com o angiologista, diferentemente da obesidade, o Lipedema não responde à mudança de estilo de vida, mesmo que a prática impeça o seu agravamento.
“Umas das particularidades diz respeito à sensibilidade. Ao contrário de casos de obesidade, nos quais a gordura raramente causa dor, no lipedema a experiência é diferente. Além disso, enquanto a obesidade afeta ambos os sexos, o Lipedema é essencialmente um problema feminino”, destaca o especialista.
Com relação às possíveis complicações do Lipedema, Rodolpho conta que essa é uma condição inflamatória e progressiva, podendo levar a complicações, já que é agravada por hábitos que inflamam o organismo, como a falta de exercício e o consumo de produtos ultraprocessados.
O médico vascular destaca quatro estágios de progressão, desde o aumento da espessura dos membros até o impacto no sistema linfático. “Embora raramente fatal, o Lipedema pode resultar em complicações como linfedema, deformidades importantes do membros, dificuldades de locomoção e problemas articulares. Além disso, existem as consequências psicológicas. As mulheres afetadas muitas vezes enfrentam constrangimento, ansiedade, depressão e transtornos alimentares”, conta.
O tratamento do Lipedema pode variar de acordo com o estágio da doença e a gravidade dos sintomas. Os estágios iniciais incluem abordagens clínicas e mudanças no estilo de vida. E, apesar do Lipedema não ter cura, o controle é muito importante. Dessa forma, Rodolpho aposta na medicina multidisciplinar dentro do instituto que leva o seu nome em Brasília, junto a outros outros profissionais de saúde para enfrentar esse desafio de forma abrangente e eficiente.
Ele conta que após o diagnóstico ser realizado por um dos médicos angiologistas, o paciente é encaminhado dentro do próprio instituto para um clínico geral para que sejam realizados os exames pertinentes ao problema. Posteriormente, o mesmo paciente é direcionado para uma avaliação e acompanhamento completo com um nutricionista e fisioterapeuta.
“O Lipedema não é celulite e nem obesidade, é uma doença que deve ser tratada com a orientação de um profissional da área da saúde. Com o tratamento multidisciplinar realizado em conjunto com especialistas dentro da mesma clínica, facilita a troca de informações com relação às particularidades do problema do paciente”, afirma.
Em alguns casos, quando o tratamento clínico já foi implantado, a cirurgia pode ser indicada como a “cereja do bolo”. A lipoaspiração, muitas vezes combinada com a remoção de pele, é uma opção. É crucial que esses procedimentos sejam realizados por profissionais especializados em Lipedema devido à complexidade da cirurgia, que envolve a remoção de tecido adiposo fibroso próximo a veias, nervos e vasos linfáticos.
Saiba quais são os principais tratamentos indicados para minimizar o problema:
Dieta anti-inflamatória: evitar alimentos ultraprocessados e controlar o consumo de calorias é recomendado. Uma dieta rica em nutrientes e anti-inflamatória pode ajudar a controlar a inflamação associada ao Lipedema.
Prática regular de exercícios: atividades de baixo impacto, como natação, hidroginástica, aparelho elíptico e ciclismo, são sugeridas. Exercícios que ajudam a queimar gordura e fortalecer os músculos são benéficos.
Drenagem linfática: a técnica de massagem visa melhorar o fluxo linfático, ajudando na redução do inchaço.
Fortalecimento muscular: pode contribuir para a estabilidade e suporte das áreas afetadas.
Uso de meia elástica: pode ajudar a melhorar a circulação sanguínea e reduzir o inchaço.
Tratamento de doenças vasculares: se houver complicações vasculares associadas, que acontece em 50% dos casos, o tratamento adequado dessas condições é essencial.
Evitar anticoncepcionais orais ou implantes: alguns profissionais podem recomendar evitar o uso desses anticoncepcionais, pois podem estar relacionados ao agravamento dos sintomas.