Os dados revelam que Goiânia conquistou o 1º lugar nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com a nota subindo de 5,9 para 6,5.
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Os dados revelam que Goiânia conquistou o 1º lugar nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com a nota subindo de 5,9 para 6,5.
Na última quarta-feira (14), o Ministério da Educação (MEC) divulgou o resultado do Ideb 2023 (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Os dados revelam que Goiânia conquistou o 1º lugar nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com a nota subindo de 5,9 para 6,5. Nos anos finais do Ensino Fundamental, a cidade alcançou o 3º lugar entre as capitais, elevando a média de 5,1 para 5,4. Um feito que, à primeira vista, merece celebração.
O Ideb é uma ferramenta crucial, usada pelo Governo Federal para avaliar os impactos das políticas públicas na educação e diagnosticar a qualidade do ensino em todo o país. Naturalmente, o bom desempenho de Goiânia foi amplamente divulgado e festejado tanto pelos trabalhadores da educação quanto pelos políticos que se associam à pauta. Entretanto, pouco se discutiu sobre as condições que levaram a esses resultados e o quanto, apesar do progresso, ainda estamos longe do ideal.
É preciso deixar claro que essa reflexão não visa desmerecer o trabalho árduo dos profissionais da educação. Pelo contrário, é necessário exaltar tanto os trabalhadores quanto os estudantes envolvidos. Eles superaram dificuldades significativas embora muitas vezes ignoradas ou pouco divulgadas para alcançar um desempenho digno de aplausos.
Mas que dificuldades foram essas? Não podemos esquecer que a educação pública de Goiânia enfrentou inúmeras greves, ao menos uma por ano nos últimos três anos, na luta por direitos que deveriam ser garantidos, como piso salarial, data-base e planos de carreira. Além disso, diversas unidades educacionais ainda sofrem com a falta de professores e outros servidores, e as salas de aula superlotadas comprometem a qualidade do ensino. O quadro se agrava com o alto índice de servidores afastados por problemas de saúde, em grande parte devido a queixas psicológicas decorrentes da sobrecarga de trabalho. Diretores e diretoras enfrentam a falta de recursos até para a compra de materiais pedagógicos e, recentemente, até da alimentação escolar.
Diante desse cenário, não é surpreendente que Goiânia tenha conquistado o 1º lugar entre as capitais, mas não entre todos os municípios do país: ainda falta investimento, valorização e priorização da educação. Faltam políticas públicas que garantam as condições mínimas de trabalho para os servidores e de aprendizagem para os estudantes.
Por fim, é importante reforçar o reconhecimento sincero a todos os servidores da educação pública municipal. Apesar de todos os desafios, eles cumpriram com maestria a missão que lhes foi confiada, dentro das condições que lhes foram dadas. O mérito, sem dúvida, é todo deles.
Escrito por: Julio Cesar da Silva (Professor)