Renda extra: como transformar conhecimento em curso on-line

A internet democratizou espaços, conectou pessoas e permitiu que o sonho de empreender fosse mais acessível para a população. Com poucos recursos financeiros e noções básicas de tecnologia, é possível abrir negócios digitais ou criar cursos on-line para monetizar hobbies ou conhecimentos específicos, complementando a renda.

A expansão dos cursos on-line refletiu no avanço do ensino a distância (EaD) no Brasil. O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) divulgou no final de 2022 que o crescimento do setor na última década foi de 474%, impulsionado pelo cenário da pandemia de Covid-19, que fez aumentar a procura de cursos na modalidade virtual. 

Capacitação on-line e acessível

A ex-bancária Kelly Evangelista apostou na oportunidade de lançar um curso on-line em 2019. Após 10 anos atuando na área comercial em bancos e uma temporada atuando como consultora de empresas, Kelly se propôs o desafio de estudar marketing digital, Neurociências e Comunicação Persuasiva para dar o pontapé inicial em um novo projeto: ampliar a área de atuação do seu serviço de consultoria em vendas levando os ensinamentos preciosos para bancários, antes compartilhados somente em aulas presenciais, para o mundo digital. 

“Todo o conhecimento é válido, principalmente quando lidamos com nichos de mercado, no meu caso, o público bancário que tem dificuldade para vender e que se sente frustrado diante das metas estipuladas pelas instituições. Meu conhecimento era a cura da ‘dor’ sentida por esse público e decidi que era hora de dar vida ao Fala Bancário”, conta a empresária, hoje com mais de 2 mil alunos e faturamento superior a R＄ 1 milhão em 2022. 

Assim como Kelly, que viu na internet uma oportunidade de expandir a área de atuação do seu negócio, outros brasileiros podem usar os meios digitais para transformar um conhecimento em curso on-line, que pode representar um complemento importante na renda familiar.

Kelly Evangelista, membro da Comunidade Insider do Erico Rocha (maior especialista em lançamentos digitais no Brasil), tornou-se especialista em marketing digital após anos de estudo e o aprendizado adquirido como empreendedora. A empresária afirma categoricamente que qualquer pessoa, desde que munida de amplo conhecimento sobre o tema que deseja ensinar ao público, pode lançar um curso na internet.

“O importante é começar, com os recursos que tem, montar a estrutura que julgue ser a ideal para ensinar o seu conhecimento para leigos e partir para a ação, criar os conteúdos, gravar os vídeos, enfim, dar o primeiro passo”, encoraja Evangelista.

Para ajudar pessoas interessadas em ganhar renda extra pela da internet, Kelly Evangelista compartilhou o passo a passo para transformar, do zero, um hobby ou conhecimento específico em curso on-line. Confira a seguir.

Como criar um curso on-line
1. Defina o tema do curso

“Todo conhecimento tem valor e pode transformar a vida de alguém”, afirma Kelly Evangelista. O ponto de partida para definir o tema do curso on-line é identificar algo que a pessoa faça e sempre receba elogios de terceiros, ou um tema sobre o qual tenha amplo domínio, com know-how necessário e propriedade para passar o conhecimento adiante. “O hobby de tirar fotografias de pets pode virar um curso on-line, assim como a habilidade para fazer enfeites de biscuit, criar peças decorativas em renda de bilro, a gama de possibilidades é gigantesca”. 

2. Entenda o seu público-alvo

“Tão importante quanto encontrar o tema do curso é saber para qual público ele será desenvolvido”, orienta Evangelista, que explica que sempre haverá alguém interessado em aprender o que o empreendedor tem a ensinar. Uma dica é investir tempo em pesquisas no Google, no YouTube e nas redes sociais para acessar conteúdos relacionados ao tema do curso e mapear quais são as características do público que interage com esses conteúdos – gênero, idade, profissão, principais dúvidas, necessidades ou desejos etc. 

Outra dica é usar enquetes, como as disponíveis nos stories do Instagram, para perguntar às pessoas o que gostariam de aprender dentro de um determinado tema, de modo a estreitar ainda mais a conexão com o nicho pretendido. “Com o mapeamento, a escolha do formato e linguagem do curso, bem como as estratégias de divulgação serão mais assertivas.

3. Não esperar pela estrutura ideal para começar

“Qualquer pessoa, mesmo com poucos recursos, tem condições de criar um curso on-line do zero. Com um celular na mão e acesso à internet, é possível gerar e divulgar conteúdos”, indica Kelly Evangelista. A especialista fala que muitos travam na etapa de criar conteúdos para o curso porque aguardam a compra do equipamento certo, esperam o momento em que tenham mais tempo livre, acham que precisam contratar um social media, entre outros detalhes que se tornam empecilhos para que o projeto vire realidade. 

“O importante é começar gravando os vídeos com a ajuda da câmera do celular, escrevendo os conteúdos por conta própria ou com auxílio de robôs escritores como a Robotizia, e criando a identidade visual do curso com a ajuda de apps como Canvas, fácil de utilizar e que permite que qualquer pessoa crie um design bacana para suas publicações”, recomenda Kelly Evangelista.

4. Escolha uma plataforma para hospedar o curso

Além da criação de um conteúdo interessante e de qualidade, faz parte do sucesso do curso on-line escolher uma plataforma que ofereça um bom ambiente de aprendizagem. “Hoje em dia, não é mais preciso contratar um time de TI para desenvolver do zero o ambiente de aprendizagem do curso. Para hospedar o curso, plataformas como Hotmart e Eduzz oferecem ótimas experiências tanto para o produtor quanto para os alunos”.

Dentre as vantagens de hospedar o curso on-line em plataformas específicas para EaD, estão a estabilidade do servidor, soluções automatizadas de pagamentos e layout amigável, que permite ao aluno ter uma experiência positiva enquanto acessa os vídeos e demais conteúdos programáticos do curso.

5. Faça uma boa divulgação 

Kelly explica que para divulgar é possível usar gratuitamente plataformas como Instagram, Facebook, YouTube, até mesmo o TikTok e o LinkedIn dependendo do público-alvo. “Gosto da estratégia de fazer vídeos no YouTube falando sobre uma dor em comum identificada no público-alvo do curso, explicando a solução e ofertando o curso como meio para se aprofundar mais no tema. O mesmo vale para pautar a produção de conteúdo nas redes sociais”, revela Kelly.

Para quem conta com verba extra, é válido investir em gestão de tráfego e criar anúncios direcionados para atrair o público-alvo e ampliar o alcance dos conteúdos criados. “Com tutoriais gratuitos disponíveis na internet é possível criar uma estratégia básica de anúncios, com pouca verba, para fisgar novos alunos e se tornar conhecido para um público de fora do seu círculo social. Furar a bolha ajuda a dar mais escala ao curso, constrói autoridade e amplia as chances de melhorar a rentabilidade do projeto”, conclui a especialista em marketing digital.

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