Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública é um desafio global
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Garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública é um desafio global
A temática que envolve a representatividade das mulheres na Governança de organizações públicas e privadas, aqui no Brasil, necessita ser tratada com notável coragem e comprometimento; afinal, a ausência delas nesses espaços é evidente e os números expõem esse desequilíbrio.
Quem pode falar sobre esse tema com propriedade é a Ana Paula Arbache, pós-doutora em Educação, CEO da Arbache Innovation, fundadora do coletivo HubMulher e voluntária de dois comitês da Rede Governança Brasil: o de Educação e o de Mulheres na Governança. E não para por aí. Além disso, ela é docente da FGV/IDE e facilitadora da Global Alumini/MITPE! Para ela, as mulheres precisam ser atuantes e agentes de transformação para tracionar essa pauta na nossa sociedade.
“Os números em relação a isso deixam muito claro que ainda há um longo caminho a ser seguido, mas, a boa notícia é que já estamos percorrendo-o. Atuando como CEO de uma empresa inovadora de tecnologia, busquei aprofundar na temática e, como pesquisadora do tema, promover um debate propositivo para que tenhamos mais mulheres em cargos de liderança, bem como conselheiras contribuindo para a virtude dos negócios. Para isso, busco apresentar a temática e advogar a favor dela nos diferentes espaços onde atuo como docente, como CEO na organização junto as equipes de trabalho, como fundadora do coletivo HubMulher dedicado ao ODS5, com as demais CEOS de staturps de fundo de investimento e como voluntária na RGB”, enfatizou.
Sabemos que a discriminação de gênero continua sendo um problema e que isso atinge milhares de mulheres no mundo todo; e, principalmente, que esse dilema ético está presente nas organizações e pode interromper uma jornada de carreira virtuosa delas e impedi-las de alcançarem funções de liderança e governança.
De acordo com a Ana Paula Arbache, é possível notar que, em países mais avançados, a mulher tem um papel mais efetivo no desenvolvimento da sociedade, contribuindo para o crescimento da mesma e tendo maior valorização em sua carreira. No entanto, sociedades mais machistas ainda reversam para mulher um papel de cuidadora, do lar, das crianças, dos idosos e, quando saem para o mercado de trabalho, replicam esse mesmo modelo, escolhendo profissões que envolvem a economia do cuidado – e, nem sempre dão acesso às áreas mais sofisticadas de suas carreiras.
Outro fato citado pela especialista são as duplas e triplas jornadas (que elas fazem para poderem receber salários que garantam sua sobrevivência) – que não dão espaço para o seu desenvolvimento educacional e profissional. Segundo Arbache, alguns dados gerados por organismos internacionais mostram que, com o período pandêmico, isso se agravou em algumas regiões; pois elas acabaram se retirando do mercado de trabalho para cuidar de pessoas doentes, ou por não terem condições de continuarem em seus trabalhos por diversos fatores relacionados à pandemia.
O fato é que elas precisarão estar no mercado de trabalho para garantir renda e qualidade de vida; mas, sem educação isso não será possível. Por isto, para Arbache, a discriminação de gênero precisa ser pensada para que possamos avançar para uma sociedade mais justa.
Há, também, outras situações em que as impedem ou as retiram do mercado de trabalho, como: vieses inconscientes que consideram que as mulheres não estão preparadas para determinadas carreiras ou funções; os assédios morais e sexuais; síndromes de impostoras (que são as próprias mulheres se julgando incapazes para evoluir em suas carreiras); o dilema entre a maternidade e carreira; a falta de apoio para cuidar dos filhos ou dos pais; e retaliações e perseguições que colocam a mulher à margem de carreiras bem-sucedidas. “Fica claro que chegar até aqui não foi fácil, mas isso sinaliza que obtivemos conquistas importantes. E ter esse espaço para abordamos essa temática evidencia isso”, concluiu Arbache.
A coordenadora do Comitê de Desenvolvimento Social e Humano da RGB, Karolyne Utomi, também é uma mulher engajada no assunto e concorda que, após diversas garantias de direitos e projetos que promovem a igualdade de gênero, as mulheres ainda ocupam lugares desiguais e possuem vivencias profissionais inferiores, mesmo com capacitação idêntica à de profissionais do gênero masculino.
“Temos que entender que avançamos muito, mas, ainda há muito a se fazer; e essa luta não é somente das mulheres. Precisamos que os homens também se juntem a nós para o estudo e reconhecimentos de práticas existentes, assim como para pensar em soluções eficazes. A desigualdade de gênero, no final das contas, acaba por impactar negativamente toda a sociedade, e não somente as mulheres, que sofrem prejuízos diretos”, conta.
Antenados a esta realidade, a Rede Governança Brasil – que é uma associação mantida pelo Instituto Latino-Americano de Governança e Compliance Público (IGCP) – composta por servidores públicos, gestores públicos e privados, técnicos, professores, profissionais das mais diversas áreas, elaborou um estudo chamado “Mulheres na Governança: o perfil das voluntárias da Rede Governança Brasil”, que acaba de ser divulgado.
O levantamento, feito com base em 23 perguntas, permite conhecer as etapas da carreira das mulheres, as áreas de interesse e atuação, as condições de dedicação de tempo e os recursos que elas têm para isso, além de revelar situações discriminatórias e de assédios que podem impedir as mulheres de percorrerem uma jornada bem-sucedida em suas carreiras.
De acordo com a coordenadora do Comitê de Governança na Prática da RGB, Luana Lourenço, a presença feminina em cargos de liderança e conselhos de administração ainda é limitada em diversos setores; e esta pesquisa tem como objetivo investigar e entender melhor as barreiras e os desafios enfrentados pelas mulheres em suas carreiras, bem como identificar práticas eficazes para promover a inclusão de mulheres na governança das instituições.
“Ao compreender melhor os obstáculos enfrentados pelas mulheres na governança, as instituições podem tomar medidas para reduzir as desigualdades e promover uma cultura mais inclusiva e diversa em seus quadros de liderança. A inclusão de mulheres em cargos de liderança também pode contribuir para a tomada de decisões mais equilibradas e representativas, já que as mulheres têm experiências e perspectivas únicas a oferecer”, afirmou.
No Instituto Latino-Americano de Governança e Compliance Público (IGCP), por exemplo, as mulheres são a maioria e fazem toda a diferença. De 21 colaboradores, 12 são do sexo feminino. E na RGB os números também são bem expressivos: atualmente, existem 193 mulheres voluntárias. Muitas são casadas, tem filhos e conseguem equilibrar as horas no trabalho com as horas dedicadas a família e a vida privada. Algumas possuem apoio para a criação dos filhos e o trabalho doméstico; no entanto, muitas ainda assumem a jornada dupla para atender as demandas da vida profissional e pessoal.
Mesmo assim, elas conseguem reservar tempo para a Governança, pois sabem a importância desse tema para o nosso país. Por isto e por tantos outros motivos, uma salva de palmas para estas guerreiras! Vocês são incríveis!
Assessoria de Comunicação do IGCP
https://igcp.org.br/mulheres-na-governanca-saiba-mais-sobre-os-avancos-e-desafios-a-serem-enfrentados/