Janeiro Branco: entenda como a saúde mental reflete em diferentes problemas no corpo

Destak Comunicação - 11/01/2023

De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, equivalentes a 5,8% da população, atrás apenas dos Estados Unidos, com 5,9%


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A campanha Janeiro Branco chama a atenção para a importância dos cuidados com a saúde mental, e como essa questão reflete no surgimento de diversas outras doenças. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, equivalentes a 5,8% da população, atrás apenas dos Estados Unidos, com 5,9%. A depressão é uma doença que afeta 4,4% da população mundial. O Brasil é ainda o país com maior prevalência de ansiedade no mundo (9,3%). 

Para a psicóloga do corpo clínico do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), Marianna Cruz, é preciso incentivar cada vez mais as pessoas a procurarem ajuda porque, em muitas situações, as pessoas que possuem algum transtorno psiquiátrico sentem vergonha por causa do estigma atrelado à doença. 

"O próprio indivíduo precisa saber o valor da sua saúde mental. O impacto do adoecimento emocional pode ser devastador. Pois a saúde mental é aquilo que gerencia nossas vidas, nossas relações, nosso amor-próprio e a forma como lidamos com os problemas e adversidades que surgem ao longo da vida. Sem saúde mental nós não conseguimos cuidar de coisas importantes como o lado físico, e acabamos deixando de lado comportamentos saudáveis como a própria alimentação. É uma retroalimentação... quanto mais cuido de mim, mais me sinto apto a vivenciar de maneira equilibrada as relações e situações da vida cotidiana", explica a psicóloga. 

PROBLEMAS EMOCIONAIS X SAÚDE DO CORAÇÃO

Para o cardiologista intervencionista do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), Ernesto Osterne, o estresse é um fator de risco relevante para o desenvolvimento de várias doenças cardiovasculares, que podem trazer impactos a longo prazo na qualidade de vida, se não tratadas. 

"Nós acreditamos que as repercussões geradas pelo estresse podem desencadear diversos sintomas, desde mal estar, cansaço, falta de ar e palpitações, a episódios de dor no peito, que chamamos de angina e, se persistentes, em alguns casos, pode até evoluir para o infarto agudo do miocárdio", explica o cardiologista. 

Segundo o médico, existem diversas ações que podem ser adotadas para amenizar repercussões psicológicas e evitar que estas provoquem o surgimento de problemas cardíacos. O especialista destaca que entre as principais medidas preventivas estão a manutenção de bons hábitos alimentares, uma boa qualidade do sono, a prática regular de exercícios físicos, o cuidado com a saúde mental com bons hábitos (meditação, boas leituras, etc.). "Todas essas ações, quando realizadas de maneira adequada e de forma equilibrada, podem contribuir para reduzir de forma expressiva o impacto do estresse sob o corpo e a mente. Mesmo para os indivíduos que as realizam de maneira rotineira, o agendamento de consultas periódicas com um especialista é extremamente importante para o mapeamento de eventuais sintomas", conta.  

DOENÇAS DA PELE X FATORES EMOCIONAIS

Os fatores emocionais, como estresse, ansiedade e depressão são algumas das principais causas de problemas na pele, as chamadas de psicodermatoses. São doenças de pele que sofrem a influência do estado emocional, seja em maior ou menor grau. Estima-se que, de cada 10 pacientes, entre três e cinco que apresentam problema de ordem emocional também manifestam sintomas relacionados à afecção cutânea. 

De acordo com o dermatologista Erasmo Tokarski, da clínica Dr. Erasmo Tokarski, em situações de estresse e ansiedade, por exemplo, é comum surgirem, na pele, sintomas como coceira, queda de cabelo, rosácea e acnes. “Quem já tem alguma doença dermatológica, como psoríase e dermatite, pode ter o quadro agravado. Até mesmo o vitiligo pode ter associação com fatores ligados às emoções e desencadear um quadro da doença, para quem já tem a pré-disposição”.

O estresse é um fator comum para desencadear alguns dos mais recorrentes problemas de pele relacionados às emoções, como a dermatite atópica, processo inflamatório identificado por lesões avermelhadas na pele que coçam muito e podem descamar, ou a psoríase, doença inflamatória crônica caracterizada por escamas e manchas secas. Um quadro muito comum em consultórios, a urticária, irritação da pele que pode surgir de repente em qualquer lugar do corpo, pode ser agravada em momentos de estresse e ansiedade. O vitiligo, caracterizado pelas manchas brancas por conta da redução ou falta de melanina em diversas regiões do corpo, pode ser desencadeado por causas emocionais, para quem já tem pré-disposição.

Na maioria dos casos, a prevenção passa por bons hábitos para a mente, como praticar atividades físicas, um boa noite de sono, hobbies e uma rotina diária de cuidados com a pele. Para o dermatologista a abordagem multidisciplinar é a melhor saída, por enxergar e tratar o paciente a partir de múltiplas frentes. “O tratamento é individualizado e pode até ser associado a técnicas complementares, integrando diversas abordagens terapêuticas para atender às necessidades do paciente. Cada tratamento depende de um profundo entendimento dos fatores pessoais que podem afetar o curso da doença, a aceitação do que é proposto e, finalmente, a obtenção da saúde e do bem-estar desejados”, explica.

O dermatologista indica também a REAC Terapia, um tratamento aplicado através de uma máquina específica que gera uma micro corrente de radiofrequência que varia de acordo com as características moleculares dos tecidos de cada um. O que ela promete é reequilibrar o cérebro e, em consequência, as funções do corpo. Sua função é melhorar as frequências cerebrais, que comandam a saúde de todo o organismo, inclusive o funcionamento da mente. A tecnologia é segura, indolor e não invasiva e sem efeitos colaterais, muito utilizada para casos de ansiedade.

 

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