No mês do combate ao Câncer, especialista fala sobre os cuidados com o coração durante e depois do processo de quimioterapia e radioterapia
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No mês do combate ao Câncer, especialista fala sobre os cuidados com o coração durante e depois do processo de quimioterapia e radioterapia
O mês de fevereiro é lembrado mundialmente pela luta contra o câncer, em uma iniciativa global, organizada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), com o apoio da Organização Mundial da Saúde (OMS), celebrado no dia 04/02. O objetivo dessa ação é aumentar a conscientização e a educação mundial sobre a doença, além de influenciar governos e indivíduos para que se mobilizem pelo controle do câncer. Isso é levado em consideração, pois segundo a pesquisa da Global Cancer Statistics, no Brasil, o número de mortes por câncer a cada ano é de aproximadamente 260.000 pessoas. Sendo que, até 2025, o Brasil deve registrar mais de 2 milhões de novos casos de câncer, conforme os cálculos feitos pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Os tipos de câncer mais frequentes têm sido os de próstata, mama, colorretal e pulmão. Outra questão importante e que deve ser levada em consideração é um acompanhamento adequado, para que complicações cardiovasculares não surjam por consequência do tratamento da doença. De acordo com o cardiologista intervencionista Ernesto Osterne, do ICTCor - Instituto do Coração de Taguatinga - ICTCor, alguns remédios utilizados nos tratamentos quimioterápicos podem trazer problemas para o funcionamento do coração, além de causar insuficiência cardíaca. Segundo Osterne, exemplos disso são os anticorpos monoclonais, utilizados normalmente no tratamento do câncer de mama, intestino e pulmão. Ou até mesmo medicações como antraciclinas e inibidores de tirosina-quinase.
"Existem medicações que foram desenvolvidas há mais tempo, e que podem causar algum tipo de problema no coração. Um exemplo são os antracíclicos, aplicados durante a radioterapia e que podem causar insuficiência cardíaca, arritmias, hipertensão arterial, hipotensão arterial (pressão baixa), ou algum tipo de doença das válvulas do coração", explica o cardiologista. O médico conta que, apesar do tratamento ser crucial no combate à doença, é importante manter atenção aos cuidados e prevenção de outros problemas que podem surgir por consequência das medicações.
Prevenção e cuidados
De acordo com Osterne, a recomendação é que o paciente faça uma avaliação médica, bem como a realização de exames que possam verificar se existe algum tipo de inchaço, e se o paciente apresenta sinais de anemia, já que muitas vezes, isso pode aumentar os problemas do coração. "O paciente também pode realizar exames mais simples, como o Raio X de tórax, eletrocardiograma, ecocardiograma ou ultrassom do coração. Assim, é possível identificar se há o crescimento do coração ou falha na quantidade de sangue que o coração deveria bombear ou enviar para o restante do corpo", explica Osterne.
O cardiologista ressalta ainda que os cuidados com a alimentação não podem ser deixados de lado. Adotar hábitos saudáveis e evitar a exposição aos fatores de risco são maneiras de prevenir o câncer e outras doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas, renais e diabetes.