Dois anos de Open Banking: quais os impactos que esta tecnologia trouxe ao mercado financeiro e quais as perspectivas para 2023

VCRP Brasil - 02/02/2023

Criado em 2021, o sistema trouxe diversos benefícios aos brasileiros, desde liberdade de compra, segurança de dados até inclusão financeira

Você certamente já deve ter ouvido falar no termo “Open Banking” em algum momento, não é mesmo? Criado em 1 de fevereiro de 2021 e, atualmente, denominado “Open Finance”, ele é um sistema que permite ao cliente unir todas as suas informações pessoais registradas em uma instituição financeira e transportá-las para onde quiser, sem a necessidade de começar um relacionamento do zero com um novo banco, fintech ou demais empresas financeiras disponíveis no mercado. 

Esta tecnologia tem como principais diferenciais o compartilhamento seguro e padronizado de dados entre as instituições financeiras participantes, o compartilhamento de dados, sob autorização prévia, dos clientes bancários, a criação do meio de pagamento Pix, a inclusão financeira, dentre outros.

Em celebração aos dois anos do Open Banking no Brasil, reunimos os principais executivos do mercado para comentarem os principais ganhos desta tecnologia e quais as novas perspectivas do setor para 2023. Veja abaixo:

Os ganhos expressivos: Open Banking X Open Finance

Para Luana Soratto, coordenadora do grupo de trabalho do Open Banking na Associação Brasileira das Fintechs (ABFintechs), são inúmeras as conquistas para os brasileiros durante a transição de fases da tecnologia.  “Se entrarmos hoje no portal Open Finance e verificarmos quem são as instituições financeiras participantes da Fase 2 (Compartilhamento de Dados), é possível identificarmos exatamente 100 marcas cadastradas como transmissoras e/ou receptoras de dados. Este número é expressivo se pensarmos que o Open Finance Brasil deu seus primeiros passos há apenas dois anos”, explica Luana.

A executiva explica ainda que além das grandes instituições financeiras, sendo muitas com participação obrigatória imposta pelo Banco Central, somam-se neste número as Fintechs, Cooperativas de Crédito, Meios de Pagamentos que, voluntariamente, aderiram ao ecossistema para poder receber dados e assim oferecer benefícios aos seus clientes e alavancar seus negócios. “No início deste imenso projeto, o foco principal foram as entregas regulatórias, para que o ecossistema pudesse começar a operar. Em menos de um ano, saltamos de 1 para 16 instituições habilitadas a operar como iniciadoras de pagamento, proporcionando ainda mais inclusão e liberdade de transação aos brasileiros. Para 2023, esperamos evoluções e melhorias, principalmente, no que se refere à qualidade dos dados e lançamentos de novas especificações, protocolos e funcionalidades que possibilitem uma melhor experiência do usuário nas instituições financeiras do Brasil”, finaliza.  

Como as fintechs podem somar à essa tecnologia?

Apesar do Open Finance já ser uma realidade no país, 60% dos brasileiros ainda não têm conhecimento sobre esse sistema financeiro, segundo levantamento feito em outubro pela Provu, fintech de meios de pagamento e crédito pessoal, com 2,6 mil entrevistados. No entanto, ao serem explicados sobre o que é o Open Finance, 84% disseram que acham benéfico aderir a ele. Quando perguntados se ter acesso a crédito com melhores preços, taxas e limites era um motivador para aderir ao Open Finance, 94% disseram que sim, contra 6% que negaram.

“O Open Finance permite que as instituições financeiras tenham mais informações do histórico de comportamento do cliente e, portanto, ainda mais capacidade de estender crédito com melhores taxas e maiores chances de aprovação. É um excelente avanço para as fintechs e também para os consumidores brasileiros, que irão desfrutar de serviços mais justos e personalizados para suas realidades”, diz Marcelo Ramalho, CEO da Provu.

Ainda há desafios para o futuro

Eduardo Prota, CEO da Fincare N26, acredita que o Open Finance tem potencial de revolucionar a forma de fazer transações financeiras no Brasil, mas que isso ainda precisa ser melhor percebido pelo cliente. Para Prota, ainda há um grande caminho a ser percorrido para gerar mais confiança nos consumidores, que ainda estão reticentes em relação à divulgação dos seus dados pessoais. Para ele, as instituições precisam encontrar formas de melhor apresentar as vantagens desse sistema como facilitadores para os clientes. “Há problemas que existem e que podem ser resolvidos com o Open Finance, mas percebo que devemos evidenciar mais casos de uso que geram valor ao cliente”, finaliza. 

Inovação que potencializa os negócios.

Segundo dados do Open Banking 2022, a busca pela inovação resulta num cenário financeiro muito mais competitivo, inclusivo e próspero para todos os participantes, principalmente para as empresas que buscam pela inovação e querem proporcionar os mesmos benefícios. “Ao permitir que os clientes utilizem serviços financeiros de um jeito simples, a empresa consegue atrair ainda mais usuários, fator competitivo e consequentemente, fidelizando-os ao negócio. Isso porque, o Open Banking juntamente com a tecnologia simplifica a diversificação de pagamentos e outros serviços que tornam a jornada de compra do seu público mais fluida, segura e transparente. A iugu por exemplo, está buscando se adequar para oferecer essa tecnologia aos nossos clientes em breve”, comenta Noel Rocha, Head de Produtos e Jornada da iugu, empresa de tecnologia para gestão e automatização de meios de pagamento.

  • Compartilhe:
  • @