Drama vivido entre pai e filho leva o espectador a entrar em contato com temas acerca das relações humanas e preconceitos instaurados na estrutura social e familiar
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Drama vivido entre pai e filho leva o espectador a entrar em contato com temas acerca das relações humanas e preconceitos instaurados na estrutura social e familiar
Pai, interpretado por Herson Capri, expulsou de casa o filho, vivido por Leandro Luna, por não aceitar sua orientação sexual. Vinte anos depois eles se reencontram e têm o tempo de uma vela acesa se consumir para acertar as diferenças. A Vela cumpre curtíssima temporada no Teatro UNIP, dias 29 abril, sábado, com sessão às 21h, e domingo, 30, às 18h.
Professor aposentado, já idoso, solitário e viúvo, Gracindo decide se mudar para um asilo. Durante os preparativos para sua mudança, seu filho Cadú, hoje a artista drag queen Emma Bovary, chega para o ajudar. O motivo de sua aparição, a tentativa de fazer as pazes e entender o que fez um homem culto e bem instruído agir de forma tão agressiva.
O tempo determinado por Emma para o assunto se resolver e os dois chegarem a um consenso é o de até uma vela, que precisou ser acesa em razão de uma repentina queda de energia, ser totalmente consumida.
É uma história contada com delicadeza para que o espectador se identifique com as personagens. “O nosso objetivo é mergulhar numa relação verdadeiramente humana. O teatro sempre será uma arena para debater todas as formas de preconceitos”, fala o diretor Elias Andreato.
Para Leandro Luna, o espetáculo aborda as relações humanas e as feridas familiares. “É muito importante estarmos em constante discussão sobre as diferenças e estimularmos a tolerância, a empatia ao próximo e o diálogo respeitoso e democrático. Vivemos tempos em que o conservadorismo tem alimentado a sociedade com discursos odiosos, segregacionistas.”
Já Herson Capri ressalta a atualidade do tema. “A peça discute preconceito, acolhimento e a relação familiar de uma forma inteligente e sensível. Os preconceitos estão por aí, à nossa volta, o tempo todo. Acho que a arte tem o dever de abordar temas que tocam e afligem a sociedade. Acolher as diferenças é um deles.”
Para a construção do texto, Raphael Gama recorreu à percepção que teve ao constatar a dificuldade em dialogar com sua avó, uma mulher tradicional, com resistência em entender as mudanças que aconteciam na sociedade, e o quanto a incompreensão familiar afetava a vida das drag queens em geral. “Eu convivo com diversos artistas queers de São Paulo. Conheço pessoas que foram expulsas de casa e o fato dessa comunidade seguir sendo tão negligenciada e odiada, mesmo em meio à tanta informação, me fez querer falar do assunto no ambiente familiar e sobre a importância do diálogo como ferramenta de cura”, explica.
Relações humanas
Entre álbuns de fotos, livros clássicos, música e poesia, as personagens vão revirando o passado para entender o presente e enfrentar o futuro. Ambientada em uma casa com poucos móveis e algumas caixas.
A peça é entremeada por trechos de renomados escritores e pensadores e com repertório que marcou gerações, Carpenters, Edith Piaf, Dalva de Oliveira. O drama, vivido entre pai e filho, busca jogar luz em questões pertinentes à sociedade contemporânea, levando o espectador a entrar em contato, de maneira sensível, com temáticas relevantes.
“A Vela não é sobre mocinhos e bandidos, não é sobre vítimas e vilões. É sobre algo que todos nós conhecemos intimamente. É sobre família e amor. Sobre erros humanos. Sobre conflito de gerações e de identidades. E a importância do diálogo em tempos tão odiosos. Mais do que falar sobre quaisquer tabus ou polêmicas, quando falamos sobre amor falamos sobre reflexão e cura,” conclui Raphael Gama.
O espetáculo estreou em formato on-line no ano de 2020 e depois teve temporadas presenciais no Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, São José dos Campos, Belo Horizonte entre outras.
Ficha técnica:
Texto: Raphael Gama
Direção: Elias Andreato
Elenco: Herson Capri (Gracindo) e Leandro Luna (Cadú/Emma Bovary)
Assistente de direção e produção: Rodrigo Frampton
Iluminador: Cleber Eli
Operador de luz e som: Cleber Eli
Contraregragem, Camarim e Maquiagem: Renato Valente
Foto: Caio Gallucci
Caracterização e concepção de cenário: Elias Andreato
Visagista: Márcio Merighi
Assessoria Jurídica: Diego A. Coutinho
Gestão de Marketing: R+Marketing
Produtores: Leandro Luna e Priscilla Squeff
Produção: VIVA Cultural e Luna Produções Artísticas
Produção em Brasília: Deca Produções
Serviço:
Teatro UNIP
Endereço: SGAS 913 - Asa Sul, Brasília - DF, 70297-400
Dias e horários: 29 de abril (sábado), às 21h, e 30 (domingo), às 18h.
Ingressos à venda pelo site Sympla e na Belini 113 sul
Ingressos: R$ 100 (inteira), R$ 50 (meia), e R$ 80 (ingresso solidário, mediante doação de 1kg de alimento). Plateia popular: R$ 50 (inteira), e R$ 25 (meia)
Formas de pagamento: Cartões e PIX.
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos
Duração: 70 minutos
O teatro UNIP:
Site: https://www.teatrounip.com
Facebook: https://www.facebook.com/TeatroUnip
Instagram: @teatrounip
Endereço: SGAS 913 - Asa Sul, Brasília - DF, 70297-400
Bilheteria: apenas nos dias de apresentação sábado e domingo das 14h até o início do espetáculo.
Aceita todos os cartões de débito e crédito. Não aceita cheque.
Ar-condicionado e acesso para cadeirantes.
Estacionamento gratuito
Recomendam-se o uso de máscara de proteção facial durante a sessão